terça-feira, 13 de novembro de 2007

Era uma vez... o nº três!

O número três, presente em grande parte dos contos tradicionais, adquire um especial simbologismo ainda na época Clássica, com a definição grega da perfeição humana, em que o corpo estaria dividido em três partes, constituindo a cabeça uma terça parte do ser humano.
Assim, em "Os Três Porquinhos", são três os irmãos que tentam a todo o custo escapar do lobo, e em "As Três Cidras", conto tradicional português, são três as visões de meninas que aparecem ao Príncipe. Atentemos também em contos em que existe uma entidade com poderes capaz de realizar desejos ao personagem em apuros. Por regra, os desejos concedidos são sempre três, sendo o terceiro o que acarreta maior simbolismo.
Também a Deus se atribui uma Natureza tríplice (criação, conservação e destruição) além de que lhe são conhecidos três atributos (omnipresença, omnipotência e omnisciência) e uma constituição tripla (Pai, Filho e Espírito Santo). O três é, portanto, símbolo da perfeição e do divino.
Em geometria, por exemplo, a primeira figura geométrica é o triângulo, constituído por três lados.
Já no conto propriamente dito, existe em regra uma estrutura triática: o pai, a madrasta e o filho; sendo que normalmente, a ideia de família engloba precisamente, três elementos: o pai, a mãe e o filho. Sem contar que que a própria narrativa se apresenta, regra geral, tripartida (introdução, desenvolvimento e conclusão).
Assim sendo, o número terceiro é representativo do equilíbrio e da harmonia, para além da sua estreita ligação com o divino.

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