terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Os adolescentes e a Carochinha...

Após a realização de inquéritos às turmas A e E do 10º ano acerca da Influência dos Contos Tradicionais no Desenvolvimento do Indivíduo e do tratamento da informação a partir deles recolhida, obtivemos algumas respostas.
Os alunos do secundário leram/ouviram os mesmos contos que os meninos do infantário: Branca de Neve e os 7 Anões, Os 3 Porquinhos, Bela Adormecida e Cinderella/Gata Borralheira, que foram os mais predilectos. A maioria acredita que influenciaram a sua aprendizagem e que ajudou o seu desenvolvimento psicológico enquanto seres humanos. Salvo algumas excepções, os alunos referiram que a moral contida em cada história serve para a assimilação/interiorização de valores éticos. É da opinião geral que hoje em dia as histórias/desenhos animados diferem dos contos tradicionais pela maior violência e personagens neles contidas. Os discentes frisam ainda que tencionam cultivar hábitos de infância se tiverem a cargo a educação de uma criança, pelo que nós concluimos que acham que de facto a leitura (quer ou não de contos) é benéfica para a aprendizagem e formação individual.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Os meninos e a Carochinha...

Visitámos hoje o infantário Obra de Sta Zita (pela terceira vez) para a filmagem das crianças quando questionadas acerca dos contos de fadas. Em grupinhos de três ou quatro, lá vinham elas ter connnosco para mais uma sessão. Ainda que ao início olhassem para a câmera com alguma desconfiança, a verdade é que as respostas foram surgindo naturalmente e acabou por ser uma experiência muito engraçada.
Quando questionados sobre as suas histórias preferidas, a resposta foi quase unânime: Três Porquinhos, Capuchinho Vermelho e Cinderela. Fomos ainda brindados com respostas completamente inesperadas e algumas divagações acerca da vida das bruxas e afins. Ficámos ainda a saber que não é possível encontrar bruxas na rua, pois estas vivem em tocas onde fazem "sopa de aranhas", além de nos transformarem em "coisas".
É com pena que não divulgamos aqui algumas imagens obtidas, mas não temos autorização para tal. Contudo, posteriormente faremos um "best of" das frases mais interessantes e opiniões mais invulgares.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

No Infantário

Finalmente, pudemos visitar os pequenos que frequentam o infantário Obra de Santa Zita. No início, apesar de reconhecerem presenças estranhas na sala, os meninos decidiram continuar a brincar como habitualmente fazem (ou seja, ignoraram-nos).
Mas, pouco tempo depois, a educadora decidiu juntá-los para que pudéssemos falar com eles. Pouco a pouco, foram-se desinibindo e dialogando connosco. O pequeno Henrique, um dos mais vivaços, até prometeu que fazia um bolo de banana para a próxima terça-feira, dia em que promoveremos um debate entre eles.
Não sabemos se, na verdade, a nossa próxima actividade contará com o manjar prometido, mas ficámos com a certeza de termos atingido o objectivo fundamental desta primeira visita ao Infantário: os petizes estarão certamente predispostos a colaborar aquando do nosso segundo encontro.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Visita alterada

Para hoje estava planeada uma visita ao infantário "Obra de Sta. Zita". Contudo, não foi possível a sua realização, uma vez que ao chegarmos ao infantário nos foi dito que a sessão planeada e a seguinte teriam que ser adiadas para dia 15 e 22 de Janeiro, dado que as crianças tinham para hoje prevista uma ida ao teatro.
A verdade é que estranhámos um pouco este imprevisto, já que o contacto mais recente com a instituição foi efectuado na semana passada e não fomos avisados. No entanto, não considerámos que este pequeno percalço nos prejudique muito no cumprimento dos prazos propostos, embora seja sempre um pouco aborrecido.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O ciclo "animal-noivo"


É frequente em várias histórias infantis, a presença de um "animal-noivo". São exemplo disso os contos "A Bela e o Monstro", "O Príncipe Sapo", o conto português "A Menina e o Bicho" e até o mito "Cupido e Psique". Encontram-se pela primeira vez neste mito personagens-tipo dos contos infantis como as irmãs más que, invejando a irmã mais nova por ser mais bonita e talentosa, tentam tudo para a fazer infeliz; acontecimentos trágicos em consequência da desobediência da noiva; o ciclo animal-noivo: animal durante o dia e humano no leito.

O animal-noivo vive com as suas experiências diurna e nocturna separadas, ou seja, ele pretende separar a vida sexual de tudo o que faz. Pelo contrário, a mulher não aceita a separação da vida sexual de tudo o resto, tenta unir as duas coisas.
Embora a unificação do sexo, do amor e da vida só seja conseguida com muito esforço, ela não abdica desse desejo, e no fim triunfa. A vida confortável de que Psique desfrutava em relativa ingenuidade não a satisfaz e ela sente-se vazia; a mulher não se satisfaz permanecendo ignorante acerca do sexo e da vida. Uma vez ultrapassada a ideia de que o sexo é algo de animalesco, a mulher já não se satisfaz com ser apenas um objecto para o sexo e ser relegada para uma vida de lazer e importância relativa. “Para a felicidade de ambos os parceiros é essencial que tenham uma vida plena, não só com o mundo, mas também entre eles”. Este género de contos sugere que a tarefa é árdua mas necessária, se o casal quiser encontrar a felicidade.


Texto baseado no livro de Bruno Bettelheim A Psicanálise dos Contos Infantis